quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

#Viagem: Villa La Angostura e Bariloche.

Nossa ideia inicial era de ficarmos sediados em Villa La Angostura, porém, devido a situação que encontramos na cidade, muita cinza nas ruas e no ar, partimos para Bariloche. Uma lástima, a cidade é muito linda, mas estava difícil respirar por lá.
Um pouco sobre este pedacinho do paraíso: "considerada uma das aldeias mais bonitas da Patagônia. Sobre sua margem esquerda se encontra o lago Nahuel Huapi e sobre a margem direita o lago Correntoso. É um importante centro pesqueiro de salmonídeos sobre tudo no rio Correntoso, um rio de apenas 200 m que une os dois lagos. Conta com importantes pistas de esqui em Cerro Bayo. As condições de edificação respeitando um tradicional estilo alemão, a qualidade de seus chocolates e suas comidas típicas (cervo e trutas) convertem em um local ideal para aquelas pessoas que desejam passar um período de descanso rodeados pela natureza.
A localidade, catalogada como “aldeia de montanha”, apesar de que conta já com uma população um tanto abundante para ser considerada aldeia, está en uma posição estratégica: está a quase meio caminho entre San Martín de los Andes e Bariloche, cidades muito maiores que ela e com uma atividade turística ainda maior.
Villa la Angostura está rodeada de uma natureza exuberante e em grande parte virgem. Lagos cristalinos, montanhas, vales, bosques. O turista pode contar com absoluta libertade. Pode chegar na maioria deles com transporte de ônibus regular da localidade e inclusive a pé.
Ao sul da vila, no extremo sul da península de Quetrihue (lago Nahuel Huapi), se encontra o «Bosque de Murta». Um lugar quase único no mundo, porque ali essa espécie, a murta tem grande porte e forma um bosque, coisa que não é usual em outras regiões do planeta.
Contava com 7.301 habitantes em 2001, o que mais que duplica os 3.056 em 1991 do censo anterior. Se estima que, atualmente, devido ao grande fluxo migratório recebido, a população estavel supere os 12.000 habitantes." Informações extraídas da página da Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Villa_la_Angostura, acessada em: janeiro de 2012. 
Bem, depois dessa breve descrição, creio que seja mais fácil  para entender o motivo do nosso lamento por não poder ficar por lá.
Veja algumas fotos.

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Seguimos viagem para Bariloche, chegando lá, fomos a procura de hospedagem. Optamos pelo Hotel El Candil, bem localizado, próximo ao centro. Os quartos e o preço eram bons, porém, tivemos uma não grata surpresa: bem em frente ao hotel, carros resolveram fazer um racha que durou a noite toda. Sem exagero! Ninguém dormiu e o arrependimento por ter escolhido apartamentos de frente para a vista maravilhosa do lago, surgiram no café da manhã. 
Marli e Márcio decidiram procurar por outro hotel, com mais calma, pois passariam alguns dias a mais em Bariloche. Hospedaram-se no Hotel Tres Reies, um pouco mais caro que o anterior, mas o custo benefício valeu a pena, segundo eles. Recomendaram um monte. Contato do hotel: reservas@hoteltresreyes.com.
Nós, como ficaríamos apenas mais uma noite por lá, solicitamos mudar para um apto de fundos, dormimos um pouco melhor.
Nossa impressão sobre San Carlos de Bariloche: uma cidade organizada e bem preparada para receber turistas. Possui um centro comercial forte, várias lojas de chocolate (de deixar até quem não é chocólatra   maluco) e excelentes restaurantes. Suas ruas são floridas, arborizadas e as roseiras reinam soberanas por lá.



Deu água na boca?
Roseiras.
Apesar do problema que estão enfrentando com o material expelido pelo vulcão, não perderam a cordialidade. Ao conversar com proprietários de estabelecimentos locais, descobrimos que eles literalmente ressurgiram das cinzas. Nos contaram que a primeira "carga" mandada pelo Puyehue para Bariloche, foi uma areia vulcânica, muito mais grossa que a cinza atual e que foi necessário um mutirão para tirar a cidade de baixo das cinzas.

Nas ruas da cidade, já não há muita cinza acumulada, os funcionários da prefeitura e os comerciantes se encarregam de limpar várias vezes ao dia o que ainda chega por lá. 

Não fomos ao Cerro Catedral, pensamos que por não ser inverno e não ter neve, não valeria a pena. Marli e Márcio foram, nos disseram que vale sim, que a infraestrutura do local é fantástica. E é claro, o motivo principal que os levou até lá, a vista que se tem do teleférico. Então, fica aqui a dica, para incluir este passeio na sua viajem, mesmo fora da temporada de frio.


Manifestação 
No dia em que chegamos em Bariloche, havia uma grande manifestação no centro da cidade, pelo que  entendemos o motivo do protesto era contra os minérios utilizados nas minas e que está contaminando os mananciais de água da região. É, na Argentina o povo sai pra rua em busca dos seus direitos, diferentemente do que acontece no Brasil.






Em um dos nossos passeios pelo centro da cidade, encontramos um casal de motociclistas, sentados em um café. Sabe como é a comunidade sobre duas roas né, claro que paramos para perguntar de onde vinham, para onde iam e as condições das estradas por onde passaram. Lars e Henriete, viajavam cada um em sua moto (duas KTM ), nos contaram que são do Alaska e que estavam fazendo Pólo a Pólo. De Bariloche seguiriam até Ushuaia. 

Lobo, Lars e Henriette.
Continuando nossa caminhada por Bariloche, nos deparamos com lindos cachorros da raça São Bernardo,  que eram atração por onde passavam, descobrimos então, que seus donos "ganhavam a vida" com eles, cobrando alguns pesos argentinos para que pudessem ser fotografados junto aos turistas.

Este é o simpático Amancay.
Igrejas sempre são pontos de visitação nas viagens não é mesmo? A de Bariloche, não poderia ser diferente. Achamos que ela lembrava o estilo da catedral de Canela, RS. Toda feita em pedras, fica na região central da cidade, possui um bonito jardim e uma bela vista para o lago.









Interior da Catedral.

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Lembra, quando falamos dos excelentes restaurantes do local? Em especial, gostaríamos de recomendar o La Marmite. Especializado em Fondue, Javali, Truta, Cordeiro, Cervo e em atender bem seus clientes. Experimentamos o Cervo, estava divino.



Cervo.

Encontramos o Trauco (Lembra dele? Está no relato da Ilha de Chiloé) em uma das galerias de lojas. Estava faturando um extra por lá. Risos.


Daqui de Bariloche, nos separaremos dos nossos amigos e grandes parceiros de estrada. Eles ficam mais alguns dias curtindo os passeios e as redondezas, depois seguem pela patagônia rumo a Itajaí. Nós, voltamos para o Chile, mais precisamente Santiago, onde ficaremos mais alguns dias desfrutando da boa comida e hospitalidade do povo Chileno.




É isso aí, hora de pegar novamente a estrada. Caros amigos Marli e Márcio, só temos elogios para vocês durante todo o percurso que fizemos juntos. Bom retorno e até breve!

sábado, 21 de janeiro de 2012

#Viagem: Travessia Passo Cardenal Antonio Samore



 Partimos em direção a Bariloche, atravessando o Passo Cardenal Antonio Samore, onde está localizado o Puyehue, vulcão responsável pelas cinzas em nossos carros, atraso/cancelamento de vôos, desde a metade do ano passado. O problema é sério, tem muita cinza por lá.


A travessia desse passo nos foi recomendada por ser muito linda e de fato é. Porém, nos deparamos com cenas que nos causaram admiração pela força da natureza e tristeza ao ver as transformações do lugar. Devido ao fato do Puyehue ainda estar lançando cinzas e levando em consideração tudo o que já havia lançado, vimos um cenário completamente diferente de todas as fotos que havíamos visto até então. Paisagens verdes e no inverno o topo das montanhas encoberto pela neve.
Fotografar o Passo Cardenal repleto de cinzas, foi novidade para nós e certamente será para os nossos amigos e leitores quando virem as fotos.
Ficamos imaginando naquele momento, quanto tempo a natureza levará para recompor toda a fauna e flora modificada e as consequências que isto trará a longo prazo. Foi um misto de emoções.
 Mais uma vez, nos sentimos pequeninos diante da grandeza e da  força da natureza.
A estrada que leva ao lado Argentino é perfeita, está em excelentes condições, a não ser pelas cinzas acumuladas ao longo da via. Problema este, que está sendo solucionado pelas autoridades locais com a utilização contínua de caminhões pipas e máquinas trabalhando em tempo integral para retirar as cinzas acumuladas que impediriam a passagem pelo local.
Ainda bem, que água eles tem em abundância por lá. Acho que nunca os caminhões pipas foram tão utilizados naquela região. A contratação de mão-de-obra também deve ter aumentado consideravelmente a julgar pelo número de pessoas que vimos varrendo, juntando, transportando cinzas.



Ao longo da travessia, passamos por vários lagos em tom esmeralda, porém, assoreados não pelo acúmulo de areia, mas sim de cinzas. Alguns entretanto, conseguem se sobressair, outros, porém, já mudaram a tonalidade das suas águas para acinzentado, contrastando com o tom das árvores que em suas margens ainda são verdes.


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Quanto mais andávamos mais admirados ficávamos com a paisagem que nos cercava. O Parque Nacional Puyehue, encontra-se praticamente abandonado em meio as cinzas. Só o que funciona por lá, no momento, é um restaurante que atende o pessoal que está trabalhando na limpeza das vias, servindo refeições. Fomos gentilmente recebidos pelo responsável do local, que nos explicou com lástima os últimos acontecimentos e a ausência dos turistas, que estão evitando passar pelo local.


Não conseguimos ter uma visão muito nítida do vulcão, devido ao fato de estar encoberto por uma nuvem gigantesca e espessa de cinzas.

Puyehue, em plena atividade. 


Quanto mais rodávamos, mais a paisagem mudava. As árvores foram deixando de ser verdes e tornando-se secas, a impressão que dava era que havia acontecido um grande incêndio por lá. O contraste do verde esmeralda dos lagos contrastou ainda mais com a natureza ao seu redor. 
O topo das montanhas outrora coberto pela neve tinha muita cinza acumulada que o vento se encarrega em espalhar. Impressionante e assustador.


 


Na aduana, enquanto aguardávamos para fazer os tramites de entrada na Argentina, presenciamos uma chuva de cinzas. Nos perguntávamos o que mais ainda veríamos pela frente. 

 

 

Seguimos para Villa La Angostura.