quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

#Capacete para moto não é boné; saiba como usá-lo corretamente.

Não adianta só colocá-lo na cabeça: capacete ‘frouxo’ vai voar.
Na hora da compra, escolha um que pareça até menor do que sua cabeça.

O capacete é de longe o mais evidente equipamento de segurança do motociclista e, no Brasil, seu uso é obrigatório. Porém, mais do que a lei, é o bom senso que deve fazer do uso de uma proteção para o crânio algo automático quando se monta em uma motocicleta, seja qual for seu tamanho, peso ou potência.
Porém, colocar um capacete na cabeça por si só não é suficiente para garantir que, em caso de acidente, danos físicos na região craniana sejam minimizados.

Cinta jugular

A primeira e mais importante regra diz respeito à fixação do capacete à sua cabeça, por meio da chamada cinta jugular. Esta cinta JAMAIS pode estar frouxa, devendo permanecer 100% em contato com a parte inferior de seu maxilar.
Cinta jugular do capacete não pode estar frouxa (Foto: Fábio Tito/G1)
Cinta jugular do capacete não pode estar frouxa
Incomoda? Pode ser, mas se a cinta jugular não estiver ajustada assim, a chance do capacete sair da sua cabeça e rolar como uma bola para longe de seu crânio em caso de impacto contra o solo ou outro obstáculo qualquer – acarretando consequências bem ruins – é líquida e certa.
Infelizmente, a consciência deste tipo de mau uso é pequena. Com um pouco de observação nota-se que uma expressiva parcela dos motociclistas anda com a cinta jugular frouxa ou, pior ainda, sem estar afivelada, vestindo o capacete como se fosse um boné.  Isso por um suposto conforto ou a facilidade de tirar e colocar o capacete com rapidez.
No passado, fechos de capacete até podiam ser considerados chatinhos de operar, pois geralmente eram constituídos por duas argolas, onde a cinta deveria ser passada de forma relativamente lenta. Esse tipo de fecho, de argolas, é ainda considerado o mais seguro e por conta disso é usado em capacetes mais sofisticados. Porém, modelos de fecho simplificado, de engate rápido, estão cada vez mais populares e nem por isso são prejudiciais à segurança.

Capacete não pode ser folgado

Outro fator importante para que um capacete cumpra sua função da melhor maneira possível é o ajuste à sua cabeça: capacete não pode ser folgado. Na hora da compra, deve-se escolher um que pareça até menor do que sua cabeça – sem exagero – considerando que, com pouco tempo de uso, a espuma da forração cederá o tanto necessário para que ele fique justo, confortável, mas jamais folgado.
Modelos de capacete fechados, também chamados de “integrais” são, por evidentes razões, mais seguros do que os capacetes abertos, que não têm proteção para o queixo. Todavia, em uma utilização urbana em baixas velocidades, em localidades quentes e sem vias expressas de trânsito rápido, os modelos abertos são plenamente adequados, cumprindo a função primordial de proteger o crânio.

 E a viseira?

 Capacetes tanto abertos como fechados devem, por lei, ser equipados com viseira ou, na ausência dela, o motociclista precisa usar óculos de proteção, como os dos pilotos em competições fora-de-estrada, como enduro ou motocross.


 Para todos os bolsos


Uma palavra final merece ser dita sobre a imensa variedade de tipos e marcas de capacetes nas lojas. Há preços muito diferentes entre si, o que pode causar certa confusão na mente de um motociclista iniciante. Será mesmo que um capacete caríssimo, que custa dez vezes ou mais do que outro é capaz de oferecer dez vezes mais proteção?
Como sempre, há de se usar o bom senso nesta hora: capacetes também têm grife, e as mais badaladas – geralmente marcas importadas, usadas pelos grandes campeões do motociclismo – são produtos caros por usarem alta tecnologia, matéria-prima sofisticadas e...  têm taxas de importação absurdamente altas.
Felizmente, optar por um produto nacional não implicará abrir mão de segurança ou mesmo qualidade construtiva. Há uma rígida norma aplicada à fabricação e comercialização dos capacetes no Brasil, assim como há boas marcas de capacetes nacionais. Marcas internacionais famosas, de olho em nosso grande mercado, também se estabeleceram no país com linhas de montagem, visando maior competitividade e barateamento de custos, e seguindo o mesmo padrão estabelecido em seus países de origem.
Assim, a orientação mais adequada é optar pelo equilíbrio, valorizando a relação custo-benefício que combine com seu bolso, gosto, e necessidade prática. Mas o principal você já sabe: usar sempre, e bem afivelado.

Como é lá fora

Há quem pense que a lei que obriga o uso do capacete é uma violência contra o livre arbítrio, uma intromissão excessiva no direito individual das pessoas. Segundo essa vertente de raciocínio, ao optar por não usar o equipamento o motociclista não prejudicará a ninguém senão a ele mesmo e, portanto, cada um deveria ser livre para decidir se proteger ou não.
Nos Estados Unidos, cada estado pode legislar sobre este tema individualmente. Isso faz com que na Califórnia, Flórida e Wisconsin, entre outros estados, seja possível pilotar motos sem capacete. Na França, país radicalmente motociclista, os “motards” não podem exercer a “liberté” de circular sem o equipamento, e o mesmo ocorre em praticamente todos os países onde a cultura do uso da motocicleta faz parte do dia a dia da maioria da população.
Exemplos disso são a Grã-Bretanha, Itália, Alemanha e Espanha, onde o uso obrigatório do capacete não está mais em discussão, com a evidente eficácia do acessório superando belos princípios acerca da liberdade individual, mas que não trazem nenhuma contrapartida positiva de ordem prática.




Fonte: Por Roberto Agresti para o G1.


Forte abraço e boas estradas!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

#Dicas:10 dicas para usar moto com segurança.


Excelente matéria, motivo pelo qual compartilho com vocês!


Com piso molhado, primeira regra é ser suave nos comandos.
Estude o veículo e saiba frear; garupa deve ter noção de moto ou bicicleta.
A experiência ensina. Horas e horas de guidão ajudam a pilotar de forma cada vez mais segura. Bom para você, para quem vai na sua garupa e para quem está à sua volta no trânsito da cidade ou na estrada.
Mas, enquanto sua experiência não chega, segue uma listinha de dez conselhos que o poderão evitar tombos e acidentes, feita por quem já cometeu quase todos os erros ao guidão em mais de três décadas pilotando motocicletas de várias marcas, modelos, tamanhos e gêneros:

1 - Tenha sangue frio em situações tensas
2 - Evite as fechadas
3 - No cruzamento, antecipe os problemas
4 - Retrovisor é seu anjo da guarda
5 - Aprenda a 'ler' o solo
6 - Triplique a atenção no piso molhado
7 - Não entre na onda de amigos imprudentes
8 - Nem sempre é bom levar garupa
9 - Aprenda a frear
10 - Estude sua moto
Agora, ponto a ponto, entenda melhor cada uma das dicas.

 1) Tenha sangue frio em situações tensas

 Pois é, você subestimou a velocidade e agora a curva está ali, na sua cara. Nesse caso, é mais fácil começar falando o que não fazer: frear tarde e forte demais, jamais. Isso desequilibrará a moto, transferindo peso demasiado para a dianteira. O que fazer? O melhor é tentar reduzir a velocidade ao máximo, sendo suave nos comandos, tanto nos freios como na redução de marchas, e também na desaceleração.
Estar com o acelerador aberto e tirar a mão de uma vez também causa a temida transferência de peso para a dianteira que, em geral, levará o piloto a abrir a curva saindo da estrada (ou invadindo a pista contrária, o que é pior). Lembre sempre que sua moto, em geral, é bem mais capaz do que você: ela pode inclinar mais do que você sabe ou consegue.
Acionar muito levemente o freio traseiro durante a curva ajuda a moto a contorná-la, fechando a trajetória, assim como pressionar o guidão para o lado oposto. Estes são recursos eficazes, mas o fundamental é manter o sangue frio e não se deixar dominar pelo pânico paralisante.

 2) Evite as fechadas

 As cidades grandes estão cada vez mais entupidas. É carro demais, moto demais, pressa demais. Na ânsia de chegar mais cedo, quem está ao volante ou guidão arrisca manobras para ganhar alguns metros, e a troca de faixas sem dar sinal é padrão, infelizmente.
Lembrar que motociclistas são a parte frágil da selva do trânsito é fácil, assim como adotar uma pilotagem defensiva. Quando rodar perto de um carro, ônibus ou caminhão tente não ficar posicionado nos pontos cegos dos motoristas que estão na sua frente.
Como identificar tais pontos? Simples: são os lugares onde você não consegue enxergar os olhos do motorista nos espelhos retrovisores dele. Essa técnica está atualmente prejudicada pela "praga" da película que escurece os vidros, mas basta você raciocinar dois segundos para sacar quais são os pontos onde você não é visto. Ajuda muito também manter uma distância razoável do veículo à frente, o que nem sempre possível, eu sei. Mas rodar perto demais só se for por pouco tempo: seja decidido e passe logo, ou então recue estrategicamente.
Lembre-se que ultrapassar é algo a ser feito pela esquerda. Andar no corredor não é (ainda) proibido, mas seja esperto e não exagere.
Quanto mais rápido estiver o trânsito, melhor, pois a diferença entre a sua velocidade e a dos outros veículos não será nunca demasiada. Porém, em grandes avenidas, quando uma das pistas por razão A, B ou C diminuir a velocidade, o caos se instala, com os motoristas querendo escapar do enrosco. E é aí que mora o perigo... Olhe longe, procurando "ler" com antecedência a cadência do tráfego.

 3) No cruzamento,antecipe os problemas

 A preferencial é sua? Esqueça. Não adianta ter razão se quem vai se quebrar inteiro é você. Se mesmo rodando de moto em lugares conhecidos, vez por outra aparece um “extraterrestre” que se esparrama sem noção no cruzamento, imagine só em áreas onde não dominamos? Assim, a regra é simples: nos cruzamentos sempre pensar no pior e passar preparado para tal. 
A regra mais óbvia é sempre tentar ser visto, usando roupas claras, farol aceso e, nos casos extremos, buzinar. Mas não feito um maluco, achando que o botão da esquerda vai desmaterializar o mal à sua frente. Seja ruidoso apenas quando necessário, e esteja concentrado 100% do tempo ao guidão.
  
 4) Retrovisor é seu anjo da guarda

Na estrada ou na cidade, o retrovisor é seu anjo da guarda. Serve principalmente – acha a maioria – para mudar de faixa ou fazer conversões à esquerda ou à direita. Porém, na hora de frear ou reduzir a velocidade é que você deve usá-lo, para prevenir o perigoso e cada vez mais frequente abalroamento por trás.
Esse tipo de colisão pode ser terrível para você, mas frequentemente causa pouco ou nenhum dano ao infeliz que não te viu, ou não teve tempo suficiente para frear. Nesse tempo de celulares espertos, cheios de recursos para envio de mensagens, há gente demais dirigindo sem olhar para a frente, e à frente pode estar você... Assim sendo, habitue-se a controlar a turma que vem atrás.
  
 5- Aprenda a 'ler' o solo


Na escola da vida que ensina a arte de pilotar uma motocicleta de forma segura há uma importante matéria, que trata do... chão.
Saber interpretar o pavimento onde você está rodando evita problemas dolorosos. Asfalto, concreto, calçamento, bloquete, paralelepípedos, pedras... no Brasil há um cardápio enorme de pavimentação e em cada uma delas sua motocicleta reage de modo diferente.
Qualquer "mané" sabe que rodar no asfalto lisinho é uma delícia, mas infelizmente este prazer está restrito a poucos milhares de quilômetros de nossas ruas e estradas. Assim, olho grudado no chão é dever constante para quem anda em veículos de duas rodas, não apenas à caça de buracos, lombadas, mas, sim, tentando identificar as reações de sua moto ao solo em que você está rodando. Se você estudar direitinho, vai tirar de letra dificuldades e peculiaridades de cada tipo de pavimento.

 6) Triplique a atenção no piso molhado

 O terror de grande parcela dos motociclistas. Mas há maneiras de atenuar o evidente desconforto que é rodar em piso molhado: primeira regra é ser suave nos comandos. A baixa aderência implica jamais acionar bruscamente os freios, câmbio, acelerador, se não... tchibum, mergulho garantido! Outra regrinha boa é lembrar o que foi dito no item anterior, o da leitura de solo, e tentar entender como sua moto se comporta em cada tipo de pavimento molhado. O asfalto novo é quase tão escorregadio quanto paralelepípedo.
O melhor piso na chuva é o concreto, que favorece a aderência.Mas, atenção: pisos molhados não são todos iguais. Chuva que acabou de iniciar é bem mais perigosa que aquele chuvão de horas, que já lavou a estrada, carregando fuligem e sujeiras embora. Todavia, uma chuva muito intensa é ruim, pois cria uma lâmina de água que o pneu não é capaz de romper. Enfim, “leia” a chuva também, e seja suave na tocada.

 7) Não entre na onda de amigos imprudentes


Andar de moto em grupo é legal, não? Quase sempre, e o “quase” depende da companhia. Muitas vezes os amigos que nos convidam para aquela viagem de fim de semana ou um mero bate e volta são do tipo que se comportam de maneira inadequada, seja por exibicionismo, empolgação ou simplesmente ignorância de regras básicas de segurança na pilotagem. Nestas “baladas” não se deixe levar pelo espírito da viagem (torta) dos outros e não desrespeite seus limites.
A regra mais segura é ser sempre equilibrado no amplo sentido da palavra, não buscar os limites além de seu conhecimento e estágio de pilotagem, deixando-se influenciar por quem tem mais habilidade e experiência, ou simplesmente é mais inconsequente.
Outro aspecto da viagem em grupo é o correto posicionamento: nunca rodar lado a lado na estrada. A fila indiana é o ideal, com você vendo quem vai atrás pelos dois espelhos, e se vendo em ambos espelhos do companheiro da frente. E a qual distância? Quanto mais veloz o ritmo, mais espaço entre vocês, claro.

 8) Nem sempre é bom levar alguém na garupa

Levar alguém na sua garupa pode ser uma experiência ótima, só que não... Tenha bom senso e aceite levar quem quer que seja só quando tiver um domínio razoável da motocicleta. Principalmente nas motos pequenas, uma pessoa na garupa – mesmo que leve – altera muito o equilíbrio da moto. E se a tal pessoa não souber andar de moto, e nem de bicicleta, isso exige que você a instrua minimamente, avisando que os movimentos quem faz é você, e que a ela cabe apenas seguir a dança, sem inventar novos passos...

 9) Aprenda a frear

Pesquisas da associação dos fabricantes de motos, a Abraciclo, mostram que um dos grandes problemas de nosso motociclista é não saber com se freia corretamente.
A grande maioria ainda pensa que o certo é usar predominantemente o freio traseiro, deixando ao dianteiro o papel secundário. Na verdade, o certo é o exato oposto: é o dianteiro que deve ser acionado com mais ênfase, algo como 70% da força aplicada a ele, deixando os restantes 30% ao pedal traseiro.
De fato, à roda traseira caberá apenas o papel de equilibrar a frenagem, estando na roda dianteira o real poder de reduzir a velocidade de sua moto. Esse assunto rende “pano para manga”, pois há uma forte e resistente ignorância sobre o tema, assim como um temor de que a motocicleta, se o freio dianteiro for acionado demasiadamente, capotará... Na verdade há apenas um tipo de moto no qual se pode dar mais ênfase à roda traseira, e mesmo assim em proporção que jamais supere o 50%-50% da força aplicada: são as motos custom, aquelas voltadas para viagem, especialmente as maiores, com motores acima de 600 cc. Isso ocorre em razão da arquitetura diferenciada destes modelos, que privilegiam a concentração do peso no eixo traseiro.

 10) Estude sua moto

Motos têm caráter? Ô se têm! Algumas são furiosas, outras, pacatas ou enigmáticas... O importante é que você conheça sua moto e saiba montar um arquivo na sua mente sobre como agir em cada situação. Uma boa prática quando se compra uma moto nova é buscar um lugar tranquilo e ensaiar frenagens em velocidades diferentes, percebendo como o veículo se comporta.
A mesma coisa deve ser feita com mudanças de direção, realizando o chamado slalom, um zigue-zague que lhe dará noção do equilíbrio de sua nova montaria. Frear, acelerar, frear de novo, reduzir marchas... treinar é sempre bom, assim como botar a cabeça para funcionar e absorver o ensinamento que cada quilômetro rodado pode trazer.
E tudo isso para fazer do ato de rodar com qualquer motocicleta algo seguro e, sobretudo, prazeroso e feliz, como deve ser. 

 Fonte: Roberto Agresti - G1 - acessado em 29/01/2014.






Bons ventos e boas estradas! Faça a sua parte que os Anjos do Asfalto farão a deles!