quarta-feira, 31 de outubro de 2012

#Miscelânea: Norton 500 (1939) e Ernesto Che Guevara.


Mesmo para aqueles que não andam sobre duas rodas, as motocicletas costumam despertar certo fascínio. Principalmente quando são “estrelas” de filmes — os de ação são os melhores exemplos.
Em “Diários de Motocicleta” (2004), do diretor brasileiro Walter Salles, a moto é um dos personagens principais da história. No filme, os jovens Ernesto Che Guevara – mítico guerrilheiro argentino que se notabilizou durante a Revolução Cubana, na década de 50 – e Alberto Granado partem para uma viagem pela América do Sul em cima de uma motocicleta.
Nessa viagem, os aventureiros usam uma Norton 500, fabricada em 1939 e apelidada de “La Poderosa”. A moto leva a dupla por todos os contrastes políticos, geográficos e sociais do continente, quebrando após oito meses de viagem. Os dois, então, terminam a peregrinação entre caminhadas e caronas.
Embora imortalizada por Che Guevara, a Norton é uma fabricante de motocicletas pouco conhecida entre quem não é fã de motos clássicas. A história da marca, criada pelo britânico James Landsworne Norton, é marcada por mudanças constantes entre alguns momentos de glória e outros de crise, que levaram à interrupção da produção em 1995.
Nascido em 1869, James Norton aprendeu o ofício de torneiro em uma joalheria da Inglaterra. Em 1898, fundou a Norton Manufacturing Co., especializada na produção de correias e outros itens para bicicletas. A primeira motocicleta Norton foi construída em 1902 e não passava de uma bicicleta adaptada com um motor. Novos modelos foram construídos, e 11 anos mais tarde veio a primeira crise financeira. Seu principal credor, R.T. Shelley & Co., intercedeu e salvou a companhia, transformando-a em Norton Motors Ltd.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a empresa fechou contrato com o governo britânico, passando a oferecer peças para o exército. Ao mesmo tempo, a Norton mudou-se para o condado de Surrey, onde havia sido construída a pista de Brooklands, que serviria de testes para a marca.
Ao final de 1918, a Norton era uma das principais marcas de motocicletas famosa por motores de cilindro único e válvula lateral. Na mesma época, passou a participar de corridas. Ganhou diversas competições e estabeleceu novos recordes de velocidade para a época. O momento de glórias foi interrompido apenas em 1937, para o fornecimento de motos para o exército na Segunda Guerra, período em que a produção de modelos de competição foi suspensa.
Com o fim da Guerra, a marca se voltou para o crescente mercado americano, resolvendo entrar para as famosas competições de Daytona. Os motores haviam passado por uma visível evolução, com válvulas transferidas para a parte superior e cilindros duplos verticais. A máquina, de 500 cilindradas (como a usada por Che Guevara), colecionou diversos títulos, até que essa categoria de motor foi banida das competições.
Em 1953, a empresa se deparou com uma nova crise, gerada pelo desinteresse do público por motores considerados obsoletos e pela falta de capacidade de produção para atender a crescente demanda por motocicletas. No mesmo ano, a empresa foi assumida pela Associated Motorcycles Ltd., que foi à falência uma década mais tarde.
Nos anos seguintes, a empresa passou por diferentes administrações, sofrendo modificações drásticas na produção e conquistando raros títulos e recordes. Resistiu até a década de 90, sempre aos tropeços, e ficou conhecida como “A Inalcançável” não apenas pela história de recordes, mas por sobreviver tanto tempo apesar de todas as dificuldades, sendo a única marca britânica de motocicletas a produzir por longos períodos.
Anos após o fechamento das fábricas da Norton, os direitos da marca foram adquiridos pelo jovem britânico Stuart Garner. Fã de motocicletas, o novo proprietário ressuscitou a tradicional empresa em 2010, com o lançamento da Norton Commando. A promessa era de que o modelo chegaria ao Brasil naquele mesmo ano, o que infelizmente não aconteceu.
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Fonte: blogrlmotostore.com.br


Boas estradas e até a próxima!

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