sábado, 21 de janeiro de 2012

#Viagem: Travessia Passo Cardenal Antonio Samore



 Partimos em direção a Bariloche, atravessando o Passo Cardenal Antonio Samore, onde está localizado o Puyehue, vulcão responsável pelas cinzas em nossos carros, atraso/cancelamento de vôos, desde a metade do ano passado. O problema é sério, tem muita cinza por lá.


A travessia desse passo nos foi recomendada por ser muito linda e de fato é. Porém, nos deparamos com cenas que nos causaram admiração pela força da natureza e tristeza ao ver as transformações do lugar. Devido ao fato do Puyehue ainda estar lançando cinzas e levando em consideração tudo o que já havia lançado, vimos um cenário completamente diferente de todas as fotos que havíamos visto até então. Paisagens verdes e no inverno o topo das montanhas encoberto pela neve.
Fotografar o Passo Cardenal repleto de cinzas, foi novidade para nós e certamente será para os nossos amigos e leitores quando virem as fotos.
Ficamos imaginando naquele momento, quanto tempo a natureza levará para recompor toda a fauna e flora modificada e as consequências que isto trará a longo prazo. Foi um misto de emoções.
 Mais uma vez, nos sentimos pequeninos diante da grandeza e da  força da natureza.
A estrada que leva ao lado Argentino é perfeita, está em excelentes condições, a não ser pelas cinzas acumuladas ao longo da via. Problema este, que está sendo solucionado pelas autoridades locais com a utilização contínua de caminhões pipas e máquinas trabalhando em tempo integral para retirar as cinzas acumuladas que impediriam a passagem pelo local.
Ainda bem, que água eles tem em abundância por lá. Acho que nunca os caminhões pipas foram tão utilizados naquela região. A contratação de mão-de-obra também deve ter aumentado consideravelmente a julgar pelo número de pessoas que vimos varrendo, juntando, transportando cinzas.



Ao longo da travessia, passamos por vários lagos em tom esmeralda, porém, assoreados não pelo acúmulo de areia, mas sim de cinzas. Alguns entretanto, conseguem se sobressair, outros, porém, já mudaram a tonalidade das suas águas para acinzentado, contrastando com o tom das árvores que em suas margens ainda são verdes.


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Quanto mais andávamos mais admirados ficávamos com a paisagem que nos cercava. O Parque Nacional Puyehue, encontra-se praticamente abandonado em meio as cinzas. Só o que funciona por lá, no momento, é um restaurante que atende o pessoal que está trabalhando na limpeza das vias, servindo refeições. Fomos gentilmente recebidos pelo responsável do local, que nos explicou com lástima os últimos acontecimentos e a ausência dos turistas, que estão evitando passar pelo local.


Não conseguimos ter uma visão muito nítida do vulcão, devido ao fato de estar encoberto por uma nuvem gigantesca e espessa de cinzas.

Puyehue, em plena atividade. 


Quanto mais rodávamos, mais a paisagem mudava. As árvores foram deixando de ser verdes e tornando-se secas, a impressão que dava era que havia acontecido um grande incêndio por lá. O contraste do verde esmeralda dos lagos contrastou ainda mais com a natureza ao seu redor. 
O topo das montanhas outrora coberto pela neve tinha muita cinza acumulada que o vento se encarrega em espalhar. Impressionante e assustador.


 


Na aduana, enquanto aguardávamos para fazer os tramites de entrada na Argentina, presenciamos uma chuva de cinzas. Nos perguntávamos o que mais ainda veríamos pela frente. 

 

 

Seguimos para Villa La Angostura. 

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