segunda-feira, 2 de junho de 2014

#Eventos: Confraria dos Lobos no Salão Duas Rodas 2013.



Texto escrito para a revista MotoMercado, edição de Abril de 2014.


Participamos do Salão Duas Rodas 2013.  E, pela primeira vez, tivemos a impressão do expositor, dos bastidores e como aquele pavilhão de 110 mil m² se preparou, diariamente, para receber os 261.352 visitantes que circularam durante os seis dias de exposição.

   Estamos falando do back-stage do maior evento de duas rodas da América Latina. Verificamos que o pavilhão esteve cheio todos os dias, mas, lotou mesmo na sexta e sábado – como era de se esperar – com um público muito eclético (no estilo de vestir-se, no modelo de moto, na idade) e, algo que nos chamou muito a atenção, foram as famílias. Incrível a quantidade de crianças e pessoas idosas – digo isto, por não serem clientes diretos do motociclismo - participando do evento, curtindo com suas famílias num passeio de final de semana. 



   Um dos fatores que contribuiu para este clima de ´passeio no parque´ foi que o Salão 2Rodas não se resumiu aos estandes. Houve também atividades interativas entre produtos e o público visitante. Não houve aquela determinação antipática de NÃO PODE SENTAR ou  POR FAVOR, NÃO PONHA AS MÃOS. 
   Afinal, os fabricantes notaram que os brasileiros são sensitivos. Querem tocar, subir na moto, enfim, sentir-se pilotando.  Então, aproveitamos o Touch-Free, é claro...   



Outro atrativo foram test-drives oferecidos pelas montadoras que permitiam aos presentes uma voltinha em seus sonhos.  E, para aqueles que não gostam de se arriscar, os estandes para fotos acrobáticas, até nos davam asas a imaginação. 



   Atração também foi a exposição de veículos antigos organizada pela Federação de Moto Clubes de São Paulo. Para as crianças o espaço Kid Cross. Duas minimotos e um quadriciclo fizeram a festa da gurizada.

   Além disso, eventos no sambódromo do Anhembi, como o Jorge Negretti Motocross Show, dando um espetáculo de freestyle durante todos os dias do evento. Bem como, o Campeonato Brasileiro de Freestyle/Desafio Internacional. 
   
   Para ter-se uma idéia da extensão do Salão, havia 516 motocicletas expostas, além de acessórios, peças, equipamentos, produtos e serviços de 450 diferentes marcas.



   Isso tudo exigiu um pequeno exército de 12 mil profissionais (quantidade estimada pela organização), direta ou indiretamente, ligados ao evento.    



Foi muito interessante ver este pessoal de limpeza, manutenção (elétrica, hidráulica, mecânica), montagem/desmontagem, design´s, segurança, pessoal de logística, restaurantes e tantos outros trabalhando naquele espaço vazio, antes ou depois do período de visitação. E, em seguida presenciar os portões serem abertos para receber o público.  Como estivessem se preparando para dar um espetáculo. Que na verdade foi um show de competência e agilidade.



   O período da manhã era aproveitado para organizar o estande, repor o estoque de produtos, fazer o balanço do dia anterior e planejar o dia presente. 

   Então mãos a obra! Embala, guarda, desembala, pendura, conta, avalia, arruma as vitrines e se prepara para a  ´atividade´.



Eu pensava:
_ ´As pessoas não têm ideia do aparato, nem da mão-de-obra que dá manutenção, organiza e limpa este espaço`. 

    Os portões fechavam às 22 horas, então surgiam – como formigas – e num instante, pilhas de caixas, sacos plásticos, papelão, latas, garrafas e demais resíduos eram recolhidos, enquanto outro grupo já tratava de ´dar destino´ aquele monte de lixo. Lâmpadas trocadas, carpet´s lavados, estoques reabastecidos pela Turma da Madrugada.
    Muito interessante era ver, ao final da manhã, a chegada daquelas top-model´s sem maquiagem, ainda, totalmente normais.   
    Pessoalmente, acho que no camarim havia um grande SCANNER onde as modelos eram digitalizadas, construídas no Photo Shop e, depois de aditivadas com maquiagem, salto alto e ´embaladas á vácuo´  naquelas roupas, eram devolvidas ao mundo real. 
  Inclusive, aposto na existência de uns tubos de oxigênio, para que pudessem voltar a respirar quando saíssem dos casulos.



    Entre os expositores há diversas intenções. Alguns vão pra, simplesmente, vender seus produtos. Outros buscam contatos para futuros negócios e/ou representantes, revendedores autorizados e fornecedores.
   Não é a toa que o Salão 2Rodas é considerado uma feira de negócios. E, pela sua amplitude, verificamos que a notoriedade no mercado motociclístico é uma das metas dos expositores. Talvez, seja a meta mais lucrativa resultante deste evento. 



Há também a avaliação do produto pelo mercado e seus clientes. Os estandes podem ser reconhecidos como um grande Serviço de Atendimento ao Consumidor tirando dúvidas, dando assessoria, recebendo sugestões e reclamações. Enfim, um laboratório de análise de mercado de um produto, em busca de feedback de seus clientes.



   Do prisma empresarial, o Salão 2Rodas é um link entre fabricantes, clientes e outros stakeholders da indústria de motocicletas, bem como, produtos derivados de sua cadeia produtiva. 
   Para os visitantes não motociclistas, uma grande feira para passear com a família e assistir shows artísticos.
   Como motociclistas, classificamos o Salão como um grande ponto de encontro para várias tribos pacíficas e libertas. Independentes de marcas, cilindradas e/ou estilos. Cada um na sua!.

  Tribos compostas por apaixonados por motos. Simples assim.


Lobo/Edna 

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