quarta-feira, 2 de julho de 2014

#Miscelânia: sancionado adicional de 30% para quem trabalha com moto.

A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (18), em cerimônia no Palácio do Planalto, lei que inclui a atividade de quem trabalha com motocicleta no rol de profissões consideradas perigosas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Com a sanção, os motociclistas terão direito a adicional de 30% sobre o salário por periculosidade. Segundo a Secretaria Geral da Presidência, a lei vai abranger as profissões de mototaxista, motoboy, motofrete e serviço comunitário de rua.

Durante a cerimônia, Dilma disse que a mudança na legislação é justa e necessária. "Hoje, com a sanção da lei, estamos mudando a CLT, para agarantir a todos os motoboys, mototaxistas, motofrentistas o direito ao adicional de periculosidade e que significa o adicional de 30% sobre seus salários. Nada mais jutos, nada mais necessário", disse a presidente.
O texto a ser sancionado pela presidente Dilma deverá ser publicado na edição do "Diário Oficial da União" desta sexta (20) e vai especificar a partir de quando as regras passarão a valer.
O projeto foi aprovado pelo Senado em 28 de maio e garante os direitos a quem trabalha com motocicleta.
Atualmente, a CLT considera perigosas as atividades que “impliquem risco acentuado” ao trabalhador em virtude de exposição a produtos inflamáveis, explosíveis ou energia elétrica, além de seguranças pessoais ou de patrimônio.
Os profissionais que exercem atividades sujeitas a esses riscos também têm assegurado o direito ao adicional de periculosidade de 30%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de mortes em acidentes de trânsito com motos no Brasil aumentou 263,5% entre 2001 e 2011. Segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM),  foram 11.268 mortes no país em 2011 e 3.100 em 2001.

Fonte: G1

terça-feira, 1 de julho de 2014

#Dicas: Como resolver 5 problemas que dão dor de cabeça ao motociclista

Motos podem ser muito amadas por seus donos, mas há momentos em que este sentimento profundo pode sofrer abalos. A seguir, uma lista de cinco problemas que acabam com o humor de qualquer motociclista, que fazem repensar a relação, mas que podem ser minimizados ou evitados. Saiba como:

1. Cabo da embreagem rompido
No passado, o episódio era bem mais comum na vida de um motociclista. Hoje o material usado nos cabos da embreagem melhorou, mas, de fato, o que está mais caprichado é o projeto das motos. O caminho que o cabo faz da manete até o motor é menos tortuoso e, portanto, os esforços são menores – são eles os maiores responsáveis pelo desgaste e consequente rompimento, além da falta de lubrificação.
Como evitar o problema? Sensibilidade é a palavra. Perceber que a alavanca de embreagem está ficando mais durinha é um indício de que o cabo (ou o próprio sistema de embreagem) está com problemas. Lubrificar o cabo frequentemente aumenta a sua vida útil. É uma manutenção simples e que se faz aplicando o óleo na junção do cabo com a manete de embreagem, tendo a paciência de ver o óleo escorrer até o fim e sua capa. Para isso, quanto mais fino for o óleo, melhor, sendo os em spray os mais indicados.

Lubrificação do cabo da embreagem da moto (Foto: Roberto Agresti)
Se mesmo lubrificado abundantemente o manete de embreagem continuar duro é sinal de que o problema pode não ser no cabo. Ele pode estar esgarçado, próximo do rompimento e precisando ser substituído. A despesa envolvida na troca de um cabo de embreagem é pequena e a mão de obra é simples na maioria das motos.
Alguns adeptos mais prevenidos da prática fora de estrada costumam colocar um cabo reserva, fixado junto ao cabo em uso. Se um quebrar, o outro já está ali, pronto para entrar em ação, bastando apenas encaixá-lo na manete e na alavanca que fica no bloco do motor.
No entanto, se o cabo quebrar e não houver como consertá-lo, o problema não é tão grave assim: o câmbio da sua moto suportará mudanças de marcha sem a embreagem por um pequeno período de uso. O problema será a saída, e um recurso que funciona (mais fácil em motos pequenas ou médias) é engatar uma marcha mais longa, segunda ou terceira, por exemplo, e apertar o botão da partida elétrica, ajudando a moto a se movimentar para frente com as pernas.
E nas motos maiores? Na maioria delas, a embreagem tem comando hidráulico (sem cabo), ou seja, não há nada para quebrar.

2. Cabo do acelerador rompido
Se o cabo endureceu, fique atento e aposte na lubrificação. Porém, se ele se romper – algo bem mais raro que a pane no cabo de embreagem –, não haverá como seguir viagem. Nas motos com carburador, um recurso é elevar a marcha lenta. A rotação mais alta permitirá seguir em frente se não houver trechos muito íngremes. Para fazer isso, basta saber qual é o parafuso de regulagem da marcha lenta. Geralmente, ele está bem visível em todos os carburadores. Mas atenção: esse é um expediente arriscado e só deve ser usado em situações de emergência, como para sair de um local perigoso à margem de uma rodovia e alcançar um posto de serviço ou oficina.

3. Pneu furado
A primeira providência é parar de rodar o quanto antes, assim que perceber a perda de ar, tanto para evitar acidentes decorrentes da menor maneabilidade que o pneu vazio causa, como para evitar estragos nele ou na câmara de ar (se houver). Ao rodar vazias, as câmaras de ar estragam facilmente. Um furo pode virar dois, três ou, pior que isso, um rasgo. E um problema que seria possível consertar com um simples remendo pode dar “perda total”, e exigir a troca do componente.

Se realmente não for possível parar de rodar imediatamente e fazer o certo, que é desmontar a roda e levá-la ao conserto, o dano será menor se houver menos peso sobre a moto. Portanto, desça dela e a empurre com o motor ligado, caminhando ao lado. Fazer isso é realmente o último recurso, pois exige razoável habilidade, e a chance de problemas é grande. Lembre-se que o uso exagerado da embreagem a sobrecarrega e pode até “queimar” o componente. Além disso, motores refrigerados a ar precisam de velocidade e de fluxo de ar para não “fritarem”. Importante: só deixe o motor ligado em marcha lenta, com a embreagem sendo acionada constantemente, por um curto período de tempo.
No caso de o pneu furado não ter câmara, o esvaziamento é mais lento e, mesmo se ele murchar de vez, o dano de rodar até o borracheiro será potencialmente menor do que em um pneu com câmara. Mesmo assim, a velocidade deve sempre ser baixíssima.
Os sprays reparadores de pneus são ótima alternativa, e carregá-los em viagens oferece tranquilidade, já que é sempre mais complicado achar um borracheiro em rodovias. O problema desses sprays é que eles são eficientes contra furos, seja em câmaras de aro ou em pneus sem câmara, mas, se houver rasgo, ele não será capaz de vedar a fuga de ar.

4. Corrente quebrada
A qualidade das correntes de transmissão é, atualmente, muito boa. O motociclista está seguro se usar as originais de fábrica ou de marcas renomadas. Porém, o sistema de transmissão é sujeito a desgaste, e a troca da relação (nome dado ao conjunto formado por pinhão, corrente e coroa) deve ser periódica. A dica mais importante é jamais optar por marcas “xing-ling”, pois, além de durarem menos, oferecem riscos.

Corrente e coroa da moto (Foto: Divulgação)
 Estar bem no meio de uma ultrapassagem e a corrente quebrar é ruim, mas pior do que isso é a corrente quebrar e enroscar na roda, travando-a e levando você para o chão, ou ainda chicotear o cárter (recipiente que protege o sistema) na quebra, rompendo o metal em torno do pinhão e fazendo você perder seu motor. Sendo assim, olho vivo na transmissão.

À esquerda, uma ementa; à direita, a corrente e o pinhão (Foto: Roberto Agresti e Divulgação)

Um sinal evidente que a sua relação “já era” é quando a possibilidade de regulagem da tensão chega ao final. Outra forma de verificar o fim da vida útil do sistema é olhar para a coroa: se os dentes estiverem inclinados, estilo barbatana de tubarão, com as pontas afinadas, corra para o mecânico. Um recurso da turma que faz trilha é levar sempre uma emenda de corrente. As correntes da maioria das motos são seladas, sem emenda, mas se por acaso você tiver uma emenda presa em algum lugar de sua moto, bastará usar a pecinha para conseguir chegar até o mecânico e colocar uma corrente nova.

5. Chave perdida
Existe alguém no planeta que jamais perdeu uma chave, seja ela de casa, do carro ou… da moto? Talvez sim, mas garanto que as pessoas que passaram por um grande aperto por conta do sumiço de chaves jamais esquecerão a dor de cabeça que isso causa.

Antigamente, antes do advento das chaves codificadas com chip, a perda de uma chave se resolvia com uma ligação direta, algo nem tão complexo assim de se fazer. E a trava do guidão? Ora, quebrá-la nas motos mais antigas é quase tão fácil quanto… fazer uma ligação direta!
Hoje, além das chaves eletrônicas, as travas também estão mais robustas e assim, o que fazer? Simples: prenda uma chave reserva em alguma fresta escondidinha de sua moto com um pedacinho de arame ou um “esgana-gato”. Caso aconteça o mal maior, a perda da chave, a outra estará bem ali, naquele cantinho que só você sabe onde é. Atenção: caso você use uma trava suplementar, faça o mesmo com a chave do acessório, se não de nada adiantará ter a chave do contato.

Fonte: Roberto Agresti- Especial para o G1

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Foto arquivo pessoal Confraria dos Lobos.


Forte abraço e boas estradas é o que lhes deseja a Confraria dos Lobos.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

#Dicas:Quer começar a andar de moto? Pense bem.

Principais perigos  ao iniciar a usar uma motocicleta: inexperiência, desatenção e excesso de confiança. Motos exigem 100% de atenção dos condutores.

Com a situação caótica do tráfego nas ruas brasileiras, é muito comum ouvir as pessoas dizendo que desejam trocar o atual meio de transporte por uma motocicleta.
“Não aguento mais o trânsito desta cidade. Levo horas para ir e vir do trabalho, entalado no meu carro. Acho que vou comprar uma moto...”.
“Hoje fiquei plantada mais de uma hora esperando o ônibus. Quando ele chegou, estava lotado. Tive de esperar dois passarem para conseguir entrar. Acho que vou comprar uma Biz...”.
“Estou perdendo a hora de entrada no trabalho frequentemente. Mesmo saindo cedo e usando o metrô, minha pontualidade foi para o espaço. O metrô está sobrecarregado. Acho que vou comprar um scooter...”.
Estas frases estão na boca de muitos nas grandes cidades brasileiras. A má qualidade ou até mesmo a total ausência de serviços públicos decentes alimenta os sonhos de muitos de conquistar a liberdade que só o transporte individual proporciona. Entre estes, moto, motoneta ou scooter estão entre os mais econômicos em todos os aspectos, principalmente no que diz respeito ao tempo: nenhum outro veículo leva do ponto A ao B com tanta rapidez e agilidade.
Começar a andar de moto não é simples
Em um passado nem tão distante assim, a motocicleta era apenas uma alternativa de lazer, escolha de uma minoria fascinada por um estilo de vida livre associado à incomparável sensação que oferece rodar sobre duas rodas impulsionadas por motor. Ter uma motocicleta garantia a entrada para uma exclusiva confraria, gênero de “eleitos” que ao parar no semáforo se cumprimentava com um aceno de cabeça ou um toque de buzina, festejando a cumplicidade da escolha. Hoje tudo mudou: na última década foram despejadas cerca de 15 milhões de motos em nossas ruas. O romantismo cedeu lugar ao aspecto prático do veículo.
Quando alguém me arremessa um “cansei do trânsito, vou comprar uma moto, que moto eu compro?” Não esperam uma simples resposta. Querem mais, que eu lhes diga qual moto comprar, quais as vantagens de um ou de outro modelo, o que vale mais a pena e etc.
Se é uma pessoa que não conheço, o discurso é generalista, aberto com uma questão: você vai usar a moto para quê? A partir da resposta, sugiro o que considero melhor no aspecto prático, ou seja, a moto certa para a finalidade certa. A função define a forma, Bauhaus na veia, nada mais óbvio.
Mas, e quando é um amigo ou amiga que me pergunta, pessoa que conheço bem? A coisa complica. Muitas vezes sou cruel e digo, na lata, que não é o caso: melhor continuar andando de carro, ônibus ou metrô. E por que tal malvadeza? Como eu, um convicto motociclista, adorador confesso de qualquer coisa que se mova sobre duas rodas empurrada por motor é capaz de renegar tudo isso?
Explico: conhecer os amigos é um dever e assim sei que, infelizmente, há alguns deles (ou algumas delas) que apesar de excelentes pessoas, simplesmente não nasceram para pilotar uma motocicleta.
Me desculpem os que vestirão a carapuça, apunhalados pelas minhas considerações, mas aos distraídos, à aqueles cuja habilidade ao levar de bicicletas a carros é escassa ou mínima, aos arrojados demais e também para os que enxergam motos & assemelhadas unicamente como míseros vetores para ir do ponto A ao B e ponto, costumo prever uma relação traumática, literalmente. E portanto, desaconselho.
Motos – já escrevi isso antes por aqui – exigem 100% de concentração 100% do tempo quando as pilotamos. Aliás, não é a toa que se usa comumente o verbo “pilotar uma moto” e não “dirigir uma moto“. É um meio exigente que cobra muito caro inabilidade e distração, no qual qualquer acidentezinho banal dói muito. Ah se dói...

Falta de atenção
Paulo (nome fictício) é meu amigão há mais de uma década. Quando dirige automóveis gesticula, olha para o passageiro a cada comentário que faz e mesmo quando está só ele confessa que não se dá paz: é celular, rádio, cd-player, cigarro... tudo é motivo para dispersão. Olhar para frente que é bom, pouquinho.
Não é de correr e nem chegado a acrobacias ao volante, mas já perdeu a conta das vezes que bateu – sempre de leve – seu carro. Para mim, é certo que Paulo tem grande chance de se dar mal se migrar do volante para o guidão. Ele não atura mais os congestionamentos mas esse seu retrospecto atormentado e distraído o confina às quatro paredes do carro.

É necessário habilidade
Já Ana está cansada de ser abusada pela má qualidade dos ônibus que pega todo dia. Um carro? Fora de suas possibilidades financeiras. A moto seria ideal mas Ana mal aprendeu andar de bicicleta. Para piorar, o trajeto de sua casa ao trabalho é coalhado de vias expressas, e nas raras vezes que o trânsito anda... anda rápido demais! Sendo assim, a não ser que ela se reinvente, se submeta a uma lavagem cerebral e um longo (e nem sempre bem sucedido) período de aprendizado ao guidão, melhor admirar as motos de longe ou, quando muito, frequentar uma garupa.

Excesso de confiança
Gustavo por sua vez é o oposto de Ana, habilidosíssimo. Corria de bicicross quando criança e ao volante faz o gênero malabarista, arriscando sempre mais do que deve. Desconsidera solenemente que os outros a sua volta não são tão talentosos, não tem o domínio de veículos que ele tem. Motos para um cara assim são uma faca de dois gumes: podem fazer nascer um astro do motociclismo – o que é raro – ou, mais comumente, resultar em um inimigo da sociedade, o tipo do motociclista que não ajuda à imagem da categoria e que... pode machucar muito, a si mesmo e à outros.
Tais exemplos são exageros que escolhi para dar um recado importante, uma mensagem que basicamente pedirá para que você coloque em prática seu autoconhecimento: antes de optar pela motocicleta olhar no espelho e fazer uma “hora da verdade”, considerando suas habilidades, características pessoais e necessidades. E ao final disso tudo, honestamente, você poderá optar (ou não) largar o carro em casa, dar uma banana para o motorista de ônibus ou dizer adeus à “pegação” na plataforma de metrô dia sim outro também.
Escolher a moto como seu meio de ir e vir pode significar trocar atraso e mau humor por qualidade de vida. Poderá fazer você, no fim do mês, verificar feliz da vida o quanto sobrou de tempo e de dinheiro no seu bolso para você gastar como bem entender. Porém, tomar esta atitude com consciência é essencial.

Fonte: Roberto Agresti - Especial para o G1

Foto Confraria dos Lobos: Aconcágua, 2013.

Desejamos bons ventos!

terça-feira, 3 de junho de 2014

#Dicas: Moto x frio, que cuidados tomar?

Fique atento:
No frio, moto necessita de cuidados para não se desgastar, motor precisa aquecer antes de ser submetido à esforço. Temperatura baixa pode alterar reflexos dos motociclistas.

Em boa parte do Brasil, especialmente nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, a chegada do outono traz consigo uma significativa queda nas temperaturas. É a época de tirar do armário o equipamento mais pesado para andar de moto sem problemas.
O frio, como todo motociclista sabe, é um inimigo perigoso para a saúde e também para a segurança. Depois de um certo tempo pilotando com a temperatura do corpo baixa, os reflexos ficam lentos, o raciocínio é afetado e perdemos o necessário “jogo de cintura”. Neste contexto, cometer erros acaba sendo algo provável até mesmo para os mais habilidosos ou experientes ao guidão.
Como escapar dessa armadilha? Óbvio: vestir-se adequadamente, com trajes técnicos dotados de proteções, e com forros removíveis, item que pode fazer muita diferença.
No outono é normal fazer frio de manhã bem cedo e no fim da tarde, enquanto no restante do dia a temperatura pode estar agradável.
Desse modo, as jaquetas e calças com forros removíveis são a melhor solução.
Geralmente os forros que sobram nas horas quentes cabem em uma pequena mochila. Um volume a mais, é certo, mas este é o método certo para evitar o frio matinal e do fim da tarde, e que você “cozinhe” dentro da roupa nas horas quentes do dia.
Moto necessita de cuidados
Porém, e sua moto? Será que ela exige cuidados maiores nesta estação caracterizada por uma grande variação térmica? A lição de casa da manutenção bem feitinha é uma das chaves do sucesso para não ter problemas, mas há outras dicas também.
Motos pequenas, geralmente refrigeradas a ar, alcançam rapidamente sua temperatura de exercício ideal. Honda CG, Yamaha Factor e suas colegas monocilíndricas de qualquer marca têm motores extremamente robustos, que admitem maus tratos sem problemas.
Dispositivos eletrônicos se encarregam de adaptar a ignição e a mistura ar-gasolina para encarar os primeiros quilômetros a frio sem engasgos e soluços. Mas o óleo lubrificante demanda certo tempo para conseguir não só alcançar sua temperatura ideal de funcionamento, como atingir todas as partes do motor.
Depois de algumas horas parado, um motor esfria, e o óleo escorre para o cárter pela ação da força da gravidade. Algumas partes ficam praticamente a seco de lubrificante. Isso ocorre especialmente no cabeçote, onde está o comando (ou comandos) de válvulas e todo o sistema de distribuição de um motor. É uma zona delicada, cheia de pequenas pecinhas sensíveis.
Apesar da tremenda evolução na qualidade dos óleos e os aditivos neles contidos formarem uma película protetora – justamente para evitar o acentuado desgaste que um motor frio poderia sofrer se acelerado demasiadamente – os primeiros momentos de funcionamento de qualquer motor são sempre críticos.
O que fazer? Nada de muito exótico: primeiro de tudo trocar o óleo e o filtro seguindo religiosamente os prazos indicados pelo fabricante, assim como usar lubrificante de qualidade, com a especificação correta. Porém, fará uma baita diferença você dar ao motor ao menos um minuto ou dois de funcionamento antes de submetê-lo a esforço – ou seja, sair andando. Isso fará com que o óleo circule adequadamente, tendo tempo para alcançar todos os componentes.
Após esse pequeno tempo dado para o motor “acordar“, uma vez rodando espere ao menos alguns outros minutos – algo entre cinco ou dez já serão o suficiente – antes de elevar a rotação. Em baixos giros o estresse mecânico é bem menor que quando a agulha do contagiros está passeando perto da faixa vermelha. Assim, deixe o motor esquentar girando calminho, condição em que o desgaste interno será mínimo mesmo se o óleo estiver frio e, portanto, ainda denso demais.
Motos maiores, com motores mais sofisticados, exigem ritual semelhante – na verdade, ainda mais cuidadoso. Como comentado, os pequenos motores monocilíndricos de 125 ou 150 cc refrigerados ar são espetacularmente robustos e admitem maus tratos. Já um tetracilíndrico como, por exemplo, o de uma Honda Hornet ou Yamaha XJ6 são engenhos mais sofisticados, dotados de um número infinitamente maior de peças móveis e uma capacidade de alcançar altas rotações muito superior.
Além disso, em vez do ar, a refrigeração é líquida: por conta disso, é ainda mais importante seguir as regras de boa manutenção: usar bons fluídos, lubrificantes, trocas frequentes e... um procedimento atento no aquecimento antes de acelerar para valer.
Desgaste vem com o tempo
O que acontece se nada disso for feito, ou seja, ligar um motor gelado e sair acelerando feito um maluco? Em um primeiro momento, nada: o progresso obtido na qualidade dos lubrificantes atuais quanto na metalurgia e na engenharia aplicada aos motores (especificação de materiais, tolerância nas folgas e tratamentos químicos aplicados às superfícies), deixou os motores modernos ultra resistentes aos maus tratos.
Um motor frio dificilmente vai quebrar se acelerado a fundo. Mas, se esse for um padrão de utilização, todo dia essa mesma tortura, há grande chance de ele durar bem menos do que um motor aquecido cuidadosamente.
Então, olho vivo! O tempo esfriou? Tanto você quanto a sua moto vão funcionar melhor, e por mais tempo, se a temperatura correta de funcionamento do corpo e da mecânica for respeitada adequadamente.
Fonte: Texto de Robeto Agresti para o G1.


Foto de Confraria dos Lobos: Atacama 2013.

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Desejamos bons ventos!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

#Dicas: Buzinar pode dar multa e não faz o carro à sua frente 'derreter'.

Se carro muda de faixa na sua frente, não há freio nem barulho que salve.
Motociclista deve se equipar e reduzir velocidade no congestionamento,
Roberto Agresti
Especial para o G1


A cena é comum nas grandes cidades brasileiras: a moto avança, rápida, no corredor formado pelos carros quase parados. Com ela, vem o irritante ruído da buzina, acionada pelo condutor da motocicleta como se fosse uma sirene de ambulância, brutalizando os ouvidos e a paciência de quem já tem bem pouca.
Quem usa esse ruidoso método costuma justificá-lo pela necessidade de ser percebido e para evitar as clássicas “fechadas” de consequências imprevisíveis, quase sempre graves. Mas quem adota essa medida de segurança certamente desconsidera que, agindo assim, comete uma infração passível de multa (R$ 53,20, três pontos na carteira) prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Em seu artigo 41, ele define que o condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, "desde que em toque breve", nas seguintes situações:
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;
II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.

Já o artigo 227 relata as as circunstâncias passíveis de multa:
I - em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou a condutores de outros veículos;
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
III - entre as 22h e as 6h;
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
V - em desacordo com os padrões e frequências estabelecidas pelo Contran.
Ainda não inventaram buzinas com o dom de desmaterializar obstáculos à frente
A habilidade vinda de décadas ao guidão até que me permitiria rasgar o fiorde de veículos bem maiores do que o meu em velocidade, porém, minha central de controle – o cérebro – me impede. Não é uma questão de simples medo, mas sim de conhecimento, raciocínio e lógica.
Sei bem que bastaria apenas um carro ameaçar mudar de faixa à minha frente para que o desastre potencial se realizasse. Não haveria habilidade ou freio capaz de me salvar, e tampouco inventaram buzinas com o dom de desmaterializar obstáculos à frente.
Na melhor das hipóteses uma motocicleta nova exige de 15 a 20 metros para parar quando freada a 60 km/h em piso seco e perfeito. Um tombo decorrente de uma eventual perda de controle nesta delicada fase da descaleração de emergência, a frenagem “estilo pânico”, seria o menor dos problemas. Sem obstáculo à volta e com o motociclista devidamente trajado – bota, luvas, calça e jaqueta com proteções e o capacete – a chance dos ferimentos serem mínimos é grande.
O problema mais grave é outro: bater com força no que for. E, concordem, rodar a 60 km/h no meio de um mar de veículos conduzidos por gente estressada é dar muita chance para o azar, elevando a níveis intoleráveis a probabilidade de um choque.
Buzinar incessantemente virou, assim, uma fórmula adotada por alguns que, me desculpem, carecem de total lógica como exposto acima. O que resolveria é, segundo outros, radicalizar, simplesmente proibir a circulação de motos no chamado corredor como já ocorre em alguns países.
De minha parte considero que tal medida seria inadequada e excessiva, resultando em problemas de ordens diversas, entre os mais significativos a dificuldade de fiscalização associdada à natural resistência de quem usa a moto, que resultaria em mais uma situação de desobediência civil. Mais uma “lei que não pega”.
Tirar da moto, por decreto, sua melhor qualidade, a agilidade, é simplificar demais o problema
Tirar da moto, por decreto, sua melhor qualidade, a agilidade, é simplificar demais. Equivale a proibir a fabricação de armas para evitar assassinatos ou a bebida alcoólica para evitar os porres e suas más consequências.
A primeira e mais óbvia solução seria promover uma forte campanha de concientização envolvendo todas as mídias, destacando que a velocidade das motos nos corredores não pode superar um máximo de 20 ou 30 km/h quando há congestionamento.
E, para os motoristas, haveria a efetiva contrapartida, com outra campanha, estimulando a atenção na mudança de faixa, sempre precedida pela devida sinalização, de braço ou de pisca-pisca, como manda a regra. Nada de muito estranho, não? Seria simplesmente seguir leis já existentes e estabelecer um pacto de não beligerância: motos mais devagar, motoristas mais atentos.
Gentileza
A agressividade presente na condução de qualquer meio de locomoção, seja de duas, quatro ou mais rodas é um destacado traço negativo da sociedade brasileira, e que contrasta com a propalada cordialidade de nosso povo. Atrás de um guidão ou volante, o carro a nossa frente é o "rival" a ser derrotado (ultrapassado) e a moto ao nosso lado é a ameaça que devemos eliminar. Maluco, não?
Dirigir qualquer tipo de veículo por ruas e estradas da Europa, América do Norte e de alguns países da Ásia como Japão é Coréia do Sul é uma experiência e tanto para nós brasileiros. Invariavelmente ficamos maravilhados pela diferença brutal com a nossa realidade. Lá, mesmo quando o trânsito é intenso, há uma cadência suave, um ritmo calmo, e respeito tanto às leis quanto aos outros condutores de qualquer tipo de veículo.
Motocicletas permitem mais mobilidade que automóveis, mas cobram o preço em forma de risco. O guidão nem sempre é acessível a todos por conta da habilidade e despreendimento que demanda. Mas seja quem anda de moto ou quem prefere o carro para se locomover deveria sempre lembrar do mote tornado famoso pelo “Profeta Gentileza” , espécie de maluco beleza que habitou as ruas do Rio de Janeiro entre os anos de 1970 e 1990: “gentileza gera gentileza” era sua frase principal, escrita em muros, pilares, onde quer que fosse. Ela sintetiza a mais óbvia das soluções para diminuir o clima de guerra temperado por fechadas, freadas e buzinas.




Boas estradas!