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Nossa participação No Programa Admirável Mundo Novo com Jaime Dalmau na TV Floripa.
quinta-feira, 13 de março de 2014
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
#Dicas: Dá para viajar com qualquer moto?
Nunca viajou de moto? Não sabe o que está perdendo... Já viajou, mas deu tudo errado? Tente de novo, pois poucos veículos dão a chance de viver tão intensamente cada metro percorrido. Mais do que medir sua aventura ou simples passeio em dias ou quilômetros rodados, viajar de motocicleta permite uma experiência única, cuja melhor medida é a emoção.
Onde dá para ir de moto? A todo lugar. Aviões precisam de aeroportos, barcos de uma baía calma para ancorar, carros, de estradas. Já motos... elas dispensam basicamente tudo. Há bem poucos lugares onde motos não chegam e, quando isso ocorre, é porque se trata de total impossibilidade – uma ilha, por exemplo – ou de uma escolha errada, como rumar para o Alasca em pleno inverno no hemisfério norte.
Exagerando, podemos dizer que são capazes de rodar onde ninguém jamais colocou o pé. Patagônia, Alasca, Chuí, Oiapoque, Ténéré, Atacama, Cabo Norte, Sahara, Sibéria são localidades onde, tenham certeza, motos chegaram nas mãos dos melhores motociclistas, o que não quer dizer, obrigatoriamente, dos mais habilidosos. Talvez o mais correto seria usar mais obstinados ou mais organizados.
Perseverança e prever o que pode dar errado é traço comum dos que conseguem atingir objetivos ao guidão, sejam eles grandiosos ou não.
Como escolher o roteiro.
“Tenho uma Honda Biz 100 e quero ir visitar amigos em Buenos Aires. Será que consigo?” Imagino essa frase estampada num e-mail de um leitor que vive, por exemplo, em Fortaleza. O que eu responderia? Sim, claro que dá, mas sua atitude deve combinar com seu meio de locomoção. Tal roteiro extenso, montado em uma veículo de baixa cilindrada vai exigir tempo, muito tempo, e uma calma que a seleção natural reservou a poucos seres humanos. É seu caso?
Projetada para uso urbano, no qual não se considera a eventualidade de um posto de abastecimento de combustível estar muito distante de outro, a robusta e valente Biz (e sua congênere Yamaha Crypton) rodaria corajosamente os 5 mil quilômetros de chão que separam as duas cidades.
No entanto, apesar da economia de combustível ser um ponto forte do modelo, o tanquinho de apenas 5,5 litros da Biz (4,2 l na Yamaha...) tornaria a viagem uma odisseia cujo título poderia ser “Em busca do posto perdido...”. Ou seja, que dá, dá, mas há modelos melhores para uma empreitada desse calibre.
Então, é preciso uma moto grande para viajar? José Albano diz que não. Renomado fotógrafo cearense que começou a andar de moto depois dos 40 anos, Zé empreendeu diversas viagens a pontos muito distantes de sua criativa casa nas areias da praia de Sabiaguaba, em Fortaleza.
No lombo de uma Honda ML 125 do comecinho dos anos 1980, Zé Albano sabiamente substituiu a pressa de chegar pelo prazer de passear. Em seu livro, “O manual do viajante solitário”, há nas entrelinhas uma regrinha básica que se aplica não apenas à viagens de moto, mas, principalmente, à vida: mais importante do que alcançar o objetivo é aprender as lições que o caminho até ele ensina. Filosofia? Sim, puríssima.
Zé e sua 125 são “auto-suficientes”. Na moto vai pouca bagagem, mas não falta a barraca, o fogareiro e alimentos básicos. Cansou? Para, come e dorme. Onde? Onde quer que seja, preferencialmente perto da estrada, mas longe da vista de quem passa nela, camping selvagem. Medo? Ele mesmo responde: “Aprendi a dar uma resposta às inúmeras pessoas que me abordam com a frase: “Mas que coragem!” A minha resposta é: “Coragem é a sua de ver a vida passar dentro de casa! Como é que você tem coragem de gastar a vida desse jeito?”
Albano representa um tipo extremo de motociclista, a prova de que não há limitações de trajeto para uma moto, qualquer que ela seja, desde que se respeitem seus limites e características.
Mas é claro que a indústria do setor já bolou motos para levar você (e acompanhante, se for o caso) com um conforto digno de classe executiva de voo intercontinental. Exagerei? Pouco, bem pouquinho, e disso sabem os agraciados com ao menos um par de quilômetros ao guidão da “nave” Honda GL 1800 Gold Wing que, acreditem, é a máquina que se move sobre duas rodas mais confortável que o ser humano criou.
E atenção, eu disse “mais confortável”, pois, nessa mesma categoria há a BMW K 1600 GTL, que pode ser considerada a “mais performante” da classe, enquanto a mãe de todas elas, a Harley-Davidson Electra Glide Ultra, pode ser chamada de a mais icônica, clássica ou lendária. Ou tudo isso junto.
Seja qual for, em uma dessas a experiência de viagem é quase um ritual místico, onde condutor e acompanhante se sentem abduzidos para uma galáxia especial onde tais “naves” – que exigem donos com finanças saudáveis – são exceção e não regra. Resumindo: são para poucos. Além disso, é importante lembrar que este tipo de motocicleta não digere bem estradas ruins, o que, infelizmente, as torna limitadas a poucas rodovias de nosso grande Brasil.
Caso oposto no quesito versatilidade (mas não no que diz respeito ao preço alto) é o das big trails, cuja referência é a BMW R 1200 GS Adventure. Ela engole literalmente tudo o que você apresentar sob seus pneus – terra, lama, pedras, areia e muito asfalto – tendo como parceiros um grande tanque de combustível que favorece rodar sem tanto estresse em busca do posto, assim como proteção aerodinâmica e excelente capacidade de carga.
Nada melhor do que uma GS (e suas assemelhadas, como a Yamaha Super Ténéré, a Honda Crosstourer e Kawasaki Versys Grand Tourer, entre outras) para ir literalmente onde você quiser. Exigem habilidades especiais? Sim, são motos que demandam certa manha e, quanto pior for a estrada, mais talento será necessário para domar tanta exuberância.
O mundo ‘normal’
Felizmente entre esses extremos de veículos e roteiros há o mundo “normal”, onde a maioria de nós se enxerga. E neste universo do possível e do viável há a viagem bate-e-volta de final de semana, onde o limite quem determina é seu traseiro, pois tanto você pode ser do tipo que acha moleza rodar mil quilômetros em um dia quanto ser o cara que se satisfaz com uma centena, ou nem isso.
Para essas viagens, a moto do dia a dia serve. Talvez até mesmo seu scooter seja ótimo para descer a serra e pegar uma praia, ou subir a montanha e fugir do calor do verão. O importante é ter sempre em mente as limitações: suas e da sua motocicleta. E entender que há modelos mais adequados para viagem e outros mais adaptados ao uso urbano ou esportivo.
As naked médias, categoria “larga” na qual incluímos desde a Yamaha Fazer 250 até a Kawasaki ER-6n, funcionam de modo excelente na estrada, apenas com o senão da proteção aerodinâmica ser zero, o que acaba prejudicando manter de um ritmo de viagem rápido.
Já uma Yamaha XJ6 F ou a Honda CBR 600F, dotadas de carenagem, literalmente mudam a vida de seus donos para melhor se comparadas às irmãs XJ6 N e Honda CB 600F Hornet, nuas como Adão e Eva.
O mesmo paralelo serve para duas populares motocicletas, muito acessíveis, e que permitem boas viagens caso não haja pressa: Yamaha XTZ 250 Ténéré e a Honda XRE 300. A primeira salva a pátria do seu condutor desviando o ar com competência por conta do pequeno mas cumpridor para-brisa. A XRE não tem nada de proteção e, portanto, cansa bem mais.
Custo-benefício
Degraus acima destas duas estão devoradoras de quilômetros, recomendáveis pela ótima relação custo-benefício sob o ponto de vista viajante: são elas a Honda XL 700V Transalp e a Yamaha XT 660 Ténéré, que não se assustam com distâncias grandes nem piso ruim, conciliando isso com bom conforto.
Já os fascinados pela velocidade optam por motos de outras tribos para enfrentar viagens de qualquer extensão. No topo da cadeia alimentar estão as brutais Kawasaki ZX-10R, Suzuki GSX-R 1000 e derivadas. Conforto? Nenhum. Em troca, dão precisão, estabilidade e potência explosiva.
O limite de velocidade é 120 km/h nas melhores estradas, certo? Porém, ainda não há restrição ao tempo no qual, saindo de um pedágio, você alcança essa marca... E isso, para alguns, pode ser a recompensa para pernas dobradas e costas encurvadas.
Pincelamos aqui as possibilidades de motos e o que pode se fazer com elas se o tema é viajar. A conclusão é que todas valem a pena desde que haja consciência das limitações oferecidas pela moto e pelo roteiro. Na semana que vem o tema viagem estará de volta.
Fonte: Ricardo Agresti para o G1 - acessado G1.globo.com em 06/02/14.
Desejamos a todos vocês boas estradas, repletas de muita história para contar! Vá onde sua moto e sua vontade lhe permitirem ir, mas vá! Forte abraço Edna e Lobo.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
#Dicas: E os outros?
Você pode ser um dos mais cuidadosos motociclistas da face da Terra, mas na estrada raramente estará só. Outras motos, carros, ônibus e caminhões são obstáculos móveis com os quais você deverá conviver, além dos pedestres e animais que costumam aparecer nos piores lugares e piores horas.
Fundamental é saber se posicionar na estrada. Sempre que possível, fique longe de veículos maiores do que o seu. Calcule a ultrapassagem para que ela ocorra o mais rápido possível, e que te dê a chance de “sumir” rapidinho. Uma grande besteira é passar um carro ou caminhão e ter que imediatamente frear seja por conta de uma curva ou um outro obstáculo qualquer.
Ver é evidentemente importante, mas ser visto é crucial, e assim fuja de posicionamentos nos quais o motorista não te veja. Como fazer isso? Simples: tente ver o rosto de quem dirige pelos espelhos retrovisores do veículo à sua frente. Se você o vê, ele também poderá te ver.
Uma atitude saudável ao guidão é ser totalmente pessimista, se preparar para que tudo dê errado em todas as situações possíveis. Esse exercício mental pode parecer contraproducente, “chamando azar”, dizem alguns. Nada disso: trata-se apenas de se preparar mentalmente para situações de risco.
“E se depois dessa curva houver um trator atravessando a estrada a 3 km/h?” Esse é um pensamento bom para se ter rodando em uma estrada rural que não são conhece. “E se no topo do ladeirão aparecer um caminhão ultrapassando outro?” Pois é... pensar no improvável (que nem sempre é tão improvável assim) sempre te deixará alerta, e a fragilidade de nós, motociclistas, face aos outros meios de transporte não é algo contestável, mas um fato a ser sempre lembrado.
Uma das mais simples recomendações é sempre rodar seguindo o rastro dos pneus do veículo que vai à sua frente, especialmente se este for grande e não te permitir enxergar a pista adiante dele. Rodar atrás de um caminhão, bem no meio dele, pode lhe trazer uma surpresa sob forma de um obstáculo qualquer que quem vai à frente simplesmente preferiu “sobrevoar”.
Outros veículos geram turbulência
Um susto que atinge os novatos que encaram estradas ao guidão, especialmente de motos pequenas, é a “parede” de ar turbulento encontrada ao ultrapassar veículos de grande porte. Quanto maior a velocidade, maior será a turbulência, e não há nada de muito especial a fazer a não ser se preparar para a chacoalhada, mantendo o guidão firme nas mãos, os joelhos pressionando o tanque e pés apertando a moto como as botas de um peão de rodeio fazem no cavalo chucro.
Empurrar levemente a ponta direita do guidão (quando a ultrapassagem é como manda a lei, pela esquerda) também ajuda, mas isso tem de acontecer de maneira coordenada, no exato momento em que você entrar no turbilhão, e por um breve instante, só para compensar o empurrão que em caso extremos pode fazer sua trajetória se alterar um metro ou mais se você estiver vacilão sobre a moto.
E se chover?
A tática de seguir o rastro de pneus alheios é também especialmente recomendável em pista molhada, já que isso fará com que os pneus de sua moto encarem uma camada de água certamente menos espessa do que o caminho fora do “trilho” deixado pelo veículo à frente.
Todavia, essa técnica demanda bom senso: em pista molhada, motos em geral freiam em espaços maiores que carros, e isso exige manter uma distância de segurança ainda maior que no piso seco. Outro problema é o spray de água levantado pelos pneus dos veículos à frente, que obriga à uma avaliação da distância na qual você pode conciliar a melhor visibilidade possível com a chance de seguir o tal trilho dos pneus.
Objetos 'voadores'
Do mesmo modo que é importante prestar atenção no piso, seguir trilhas já “pisadas” por outros pneus, é preciso estar alerta ao que vem pelo ar, seja ele saído de caçambas de caminhões, de janelas de ônibus ou carros. Voa de tudo na estrada, boa parte arremessada por gente que desconhece regras de educação e desconsidera a fragilidade de um motociclista.
Estar atento é o único modo de se safar de detritos. Uma latinha de cerveja batendo nos seus dedos a 80/km, uma bituca de cigarro entrando pela fresta de sua viseira ou, em caso extremo, a brita de um caminhão basculante te metralhando são outros exemplos de acidentes que podem acabar com sua viagem em segundos
Evite a noite
Pilotar à noite é algo para se evitar. Sua visão e seus faróis podem ser impecáveis, mas é inegável que a vantagem de haver menos tráfego não é compensada pela visibilidade limitada. Busque tornar esses episódios de tocada noturna mínimos, mas se for realmente inevitável, ligue seus sentidos no nível máximo, inclusive o olfato: mais de um já escapou da armadilha do óleo diesel derramado na pista por caminhões abastecidos de maneira excessiva simplesmente porque sentiu o cheiro característico deste combustível.
Adotar uma postura vigilante e ativa na estrada tornará a viagem, curta média ou longa, mais segura. Prever problemas, sentir qual o melhor comportamento de sua moto, praticar a pilotagem defensiva e conhecer algumas técnicas básicas de condução fará você aproveitar melhor a paisagem e a convivência com sua moto, e certamente resultará em uma viagem melhor.
Fonte: Por Roberto Agresti para o G1 - Extraido do texto: Viagem de moto requer atenção.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
#Do Dakar ao MotoGP: competições ajudam evolução de motos de rua.
Em 1 dia, provas exigem dos freios o que a maioria precisa em 1 mês.
Marca líder de vendas foi criada por um apaixonado em corridas.
Se você acha que sua moto funciona bem, agradeça a um “maluco”. Não a um qualquer, mas sim a um específico, o que topa experimentar aquilo que outros “malucos”, técnicos ou engenheiros, bolaram. De quem estou falando? Dos pilotos de moto profissionais.
É uma categoria tida invariavelmente como gente que tem um parafuso a menos e, neste exato instante em que você lê esta coluna, um bando deles está agarrado aos guidões de motos muito especiais, participando daquela loucura chamada rali Dakar, que neste ano chega à sua 34ª edição
Acredite: boa parte da evolução técnica nasceu de experiências realizadas em competições como esta, que percorre os piores terrenos, premiando as melhores marcas e pilotos com glória, prestígio, reconhecimento e... conhecimento.
Tanto em ralis como o Dakar como em outras modalidades do esporte sobre duas rodas – motocross, enduro, motociclismo de velocidade– a tecnologia anda de braços dados com a necessidade de superação. É uma guerra sem fim na busca de resultados esportivos, tecnológicos e, claro, comerciais.
Quem anda nelas há pelo menos uma dezena de anos há de constatar que hoje o ato de frear é algo bem mais fácil do que era no passado. O mérito dessa evidente maior segurança se dá, integralmente, aos pilotos profissionais. Exigindo dos freios o máximo, os “malucos” do guidão deram aos técnicos a informação necessária para aperfeiçoamento dos sistemas.
Se funciona bem na pista, funcionará otimamente no dia a dia.
Haja freio
Os que agora correm feito alucinados pelas areias dos desertos da Argentina, Bolívia e Chile exigem dos freios em um só dia mais do que a maioria de nós precisa em um mês. O mesmo acontece naqueles 30 ou 40 minutos de duração de uma corrida da MotoGP, onde Valentino Rossi e seus colegas usam suas motos de uma maneira que bem poucos mortais seriam capazes.
Exigir de freio, pneu, motor, amortecedor o máximo, provocando um exagero na utilização na fase de desenvolvimento é o segredo para que sua moto, seja ela uma pequena 125 ou uma grande 1.200 cc, consiga sair da linha de montagem tendo um comportamento adequado, seja do ponto de vista da performance, da excelência do funcionamento em termos dinâmicos, seja do ponto de vista da segurança. Resumindo: exceder na utilização (caso típico das competições...) eleva o grau de confiabilidade. Se funciona bem na pista, funcionará otimamente no dia a dia.
Um bom exemplo de evolução está nos sistemas hidráulicos, presentes nas suspensões bem como nos freios. Tais aparatos estão muito expostos a situações de uso radical mesmo nas mãos de um condutor comportadíssimo. Descer uma serra cheia de curvas vai obrigar a frear continuamente, e o vira para a direita-vira para a esquerda fará as suspensões trabalharem bem mais do que se você estivesse percorrendo uma estrada reta. É nessa hora que o "maluco" que compete no Dakar ou na MotoGP deve ser louvado, pois a especificação dos fluidos de freio e óleos da suspensão de sua moto deriva da experiência em utilização excepcional.
Do mesmo modo que a frenagem e dirigibilidade de sua moto se beneficiam da correria por pistas e trilhas planeta afora, o motor também ganhou em termos de performance global por causa da competição. Durabilidade, potência e economia é um tripé onde se apoia a evolução definitiva que o esporte da motocicleta ofereceu a indústria do setor.
Colocou a moto no bolso Soichiro Honda, fundador da empresa que leva seu nome, era um apaixonando por competições. Gostava delas não apenas no aspecto esportivo, mas principalmente pela chance de expandir seu conhecimento técnico para melhorar seu produto, seja para uso em pista ou no dia a dia.
É notório um episódio ocorrido entre o final dos anos 1950 e o começo dos 1960, quando o sr. Honda começou a inscrever suas motos para competir em eventos internacionais. Aquela era uma época onde as marcas dominantes eram europeias, e diz a lenda que, depois de uma humilhante derrota em uma corrida no Reino Unido, Soichiro comprou a motocicleta vencedora para levá-la para o Japão e estudar profundamente a tecnologia empregada.
Obstinado, renunciou à sua bagagem pessoal e ali mesmo, na fila de embarque, desmontou a pequena moto, enchendo os bolsos de seu sobretudo com as partes essenciais à sua pesquisa
Com a companhia aérea querendo impedi-lo de embarcar com a pequena moto – uma cinquentinha – alegando excesso de peso na bagagem, o obstinado sr. Honda renunciou à sua bagagem pessoal e ali mesmo, na fila de embarque, desmontou a pequena moto, enchendo os bolsos de seu sobretudo com as partes essenciais à sua pesquisa.
Tal fato escancara a importância da guerra travada nas pistas pela melhor performance, uma benção para a indústria de veículos em geral, verdadeiro laboratório de testes a céu aberto difícil de ser reproduzido entre quatro paredes por maior e melhor que seja a tecnologia empregada. E ,além disso, fascinante ação de marketing refletida pela manjada máxima: vencer no domingo, vender na segunda-feira...
Lubrificantes de motor, sistemas de arrefecimento e várias outras fronteiras tecnológicas estão em constante evolução graças à competição. Processo químicos inéditos, metalurgia experimental e uso cada vez mais extensivo de materiais cerâmicos, compósitos (fibras aramídicas e etc...) e polímeros tem no motociclismo, o esporte praticado ao guidão de uma moto seja na terra, na areia, lama ou asfalto, a ferramenta ideal de progresso.
Goste você ou não de corridas, o fato é que na chegada a Valparaíso, Chile, daqui a uma dezena de dias, o Rali Dakar terá contribuído para o aperfeiçoamento das motos que você comprará daqui bem pouco tempo. Tenha certeza disso.
Fonte: Por Roberto Agresti para o G1.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
#Capacete para moto não é boné; saiba como usá-lo corretamente.
Não adianta só colocá-lo na cabeça: capacete ‘frouxo’ vai voar.
Na hora da compra, escolha um que pareça até menor do que sua cabeça.
O capacete é de longe o mais evidente equipamento de segurança do motociclista e, no Brasil, seu uso é obrigatório. Porém, mais do que a lei, é o bom senso que deve fazer do uso de uma proteção para o crânio algo automático quando se monta em uma motocicleta, seja qual for seu tamanho, peso ou potência.
Porém, colocar um capacete na cabeça por si só não é suficiente para garantir que, em caso de acidente, danos físicos na região craniana sejam minimizados.
Cinta jugular
A primeira e mais importante regra diz respeito à fixação do capacete à sua cabeça, por meio da chamada cinta jugular. Esta cinta JAMAIS pode estar frouxa, devendo permanecer 100% em contato com a parte inferior de seu maxilar.
Cinta jugular do capacete não pode estar frouxa (Foto: Fábio Tito/G1)
Cinta jugular do capacete não pode estar frouxa
Incomoda? Pode ser, mas se a cinta jugular não estiver ajustada assim, a chance do capacete sair da sua cabeça e rolar como uma bola para longe de seu crânio em caso de impacto contra o solo ou outro obstáculo qualquer – acarretando consequências bem ruins – é líquida e certa.
Infelizmente, a consciência deste tipo de mau uso é pequena. Com um pouco de observação nota-se que uma expressiva parcela dos motociclistas anda com a cinta jugular frouxa ou, pior ainda, sem estar afivelada, vestindo o capacete como se fosse um boné. Isso por um suposto conforto ou a facilidade de tirar e colocar o capacete com rapidez.
No passado, fechos de capacete até podiam ser considerados chatinhos de operar, pois geralmente eram constituídos por duas argolas, onde a cinta deveria ser passada de forma relativamente lenta. Esse tipo de fecho, de argolas, é ainda considerado o mais seguro e por conta disso é usado em capacetes mais sofisticados. Porém, modelos de fecho simplificado, de engate rápido, estão cada vez mais populares e nem por isso são prejudiciais à segurança.
Capacete não pode ser folgado
Outro fator importante para que um capacete cumpra sua função da melhor maneira possível é o ajuste à sua cabeça: capacete não pode ser folgado. Na hora da compra, deve-se escolher um que pareça até menor do que sua cabeça – sem exagero – considerando que, com pouco tempo de uso, a espuma da forração cederá o tanto necessário para que ele fique justo, confortável, mas jamais folgado.
Modelos de capacete fechados, também chamados de “integrais” são, por evidentes razões, mais seguros do que os capacetes abertos, que não têm proteção para o queixo. Todavia, em uma utilização urbana em baixas velocidades, em localidades quentes e sem vias expressas de trânsito rápido, os modelos abertos são plenamente adequados, cumprindo a função primordial de proteger o crânio.
E a viseira?
Capacetes tanto abertos como fechados devem, por lei, ser equipados com viseira ou, na ausência dela, o motociclista precisa usar óculos de proteção, como os dos pilotos em competições fora-de-estrada, como enduro ou motocross.
Para todos os bolsos
Uma palavra final merece ser dita sobre a imensa variedade de tipos e marcas de capacetes nas lojas. Há preços muito diferentes entre si, o que pode causar certa confusão na mente de um motociclista iniciante. Será mesmo que um capacete caríssimo, que custa dez vezes ou mais do que outro é capaz de oferecer dez vezes mais proteção?
Como sempre, há de se usar o bom senso nesta hora: capacetes também têm grife, e as mais badaladas – geralmente marcas importadas, usadas pelos grandes campeões do motociclismo – são produtos caros por usarem alta tecnologia, matéria-prima sofisticadas e... têm taxas de importação absurdamente altas.
Felizmente, optar por um produto nacional não implicará abrir mão de segurança ou mesmo qualidade construtiva. Há uma rígida norma aplicada à fabricação e comercialização dos capacetes no Brasil, assim como há boas marcas de capacetes nacionais. Marcas internacionais famosas, de olho em nosso grande mercado, também se estabeleceram no país com linhas de montagem, visando maior competitividade e barateamento de custos, e seguindo o mesmo padrão estabelecido em seus países de origem.
Assim, a orientação mais adequada é optar pelo equilíbrio, valorizando a relação custo-benefício que combine com seu bolso, gosto, e necessidade prática. Mas o principal você já sabe: usar sempre, e bem afivelado.
Como é lá fora
Há quem pense que a lei que obriga o uso do capacete é uma violência contra o livre arbítrio, uma intromissão excessiva no direito individual das pessoas. Segundo essa vertente de raciocínio, ao optar por não usar o equipamento o motociclista não prejudicará a ninguém senão a ele mesmo e, portanto, cada um deveria ser livre para decidir se proteger ou não.
Nos Estados Unidos, cada estado pode legislar sobre este tema individualmente. Isso faz com que na Califórnia, Flórida e Wisconsin, entre outros estados, seja possível pilotar motos sem capacete. Na França, país radicalmente motociclista, os “motards” não podem exercer a “liberté” de circular sem o equipamento, e o mesmo ocorre em praticamente todos os países onde a cultura do uso da motocicleta faz parte do dia a dia da maioria da população.
Exemplos disso são a Grã-Bretanha, Itália, Alemanha e Espanha, onde o uso obrigatório do capacete não está mais em discussão, com a evidente eficácia do acessório superando belos princípios acerca da liberdade individual, mas que não trazem nenhuma contrapartida positiva de ordem prática.
Fonte: Por Roberto Agresti para o G1.
Forte abraço e boas estradas!
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