segunda-feira, 8 de abril de 2013

# Segurança: Normas e regras sobre capacetes preservam a vida do motociclista.



Quem usa motocicleta no Brasil necessariamente deve usar capacete de segurança. Essa é a regra. Quem fabrica ou importa capacete para o mercado brasileiro deve submeter os lotes de seus produtos a testes para receber a certificação pelo Inmetro - (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Essa é outra regra. Estas duas regras juntas existem para uma única finalidade: salvar vidas de motociclistas.

Sobre a primeira regra não há muito a discutir. Mas sobre a segunda, a polêmica é grande e sempre há questionamentos sobre a validade dos testes, a validade da certificação pelo Inmetro, a obrigatoriedade de obter a certificação e o selo, se os testes realmente garantem a segurança do usuário, se o consumidor pode ser multado se usar um capacete sem selo do Inmetro….. e por aí vai. Um dos questionamentos mais comuns que se escuta é: “Como pode um capacete que custa R$50,00 ser certificado da mesma forma que um outro que custa R$1.000,00?”
Para responder a esta pergunta ou ao menos tentar explicá-la, Motonline aproveitou a visita proporcionada pela Taurus a uma de suas fábricas em Mandirituba (PR), para acompanhar e conhecer os testes que são feitos pelo Inmetro nos capacetes que protegem as cabeças dos motociclistas brasileiros. O laboratório da Taurus faz exatamente os mesmos testes feitos nos laboratórios do Inmetro ou nos credenciados. “Cada lote de fabricação é testado aqui, exatamente do mesmo jeito que o Inmetro faz”, explica Gianfranco Milani, gerente comercial da Taurus.

Antes de explicar os testes, duas informações são fundamentais para esclarecimento do assunto. A primeira delas é sobre a resolução 203 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que foi publicada no Diário Oficial da União no dia 10 de novembro de 2006 e que regulamenta o uso de capacetes de segurança para motociclistas e passageiros.

Esta resolução exige, entre outras coisas, que:

Motociclista e garupa devem usar capacete de segurança quando estiverem andando de motocicleta;
Estes capacetes sejam certificados pelo Inmetro;
Motociclista e garupa devem, quando em movimento com a moto, estar com a viseira do capacete abaixada;
Na ausência de viseira deve-se usar óculos de proteção adequados;
A cinta jugular deve estar devidamente afivelada ou engatada;
Haja adesivos refletivos nas laterais e na parte detrás do capacete;
À noite devem ser usadas viseiras padrão cristal;
As autoridades de trânsito devem, entre outras coisas, fiscalizar se os capacetes estão certificados 
Outra informação importante é que a norma estabelecida pelo Inmetro que especifica as características mínimas dos capacetes é a NBR 7471/01. É nela que está escrito como devem ser feitos os testes para verificar se os capacetes oferecem a segurança mínima para preservar a integridade da cabeça dos motociclistas e garupas em caso de queda. “Na realidade a norma quer preservar a caixa craniana e os olhos dos indivíduos”, explica Milani. “O crânio e seu conteúdo e as vistas não tem reconstrução possível”, informa.

São quatro testes básicos exigidos pela norma 7471/01 e que são realizados pelo Inmetro ou por laboratórios credenciados para todos os lotes de capacetes fabricados no Brasil ou importados. É importante destacar que os testes são feitos por amostragem, ou seja, o importador ou fabricante informa o Inmetro do novo lote e o órgão retira algumas unidades escolhidas aleatoriamente para os testes.

Todos os testes feitos pelo Inmetro são voltados para itens relacionados à segurança dos usuários. São eles:

Impacto – O capacete é colocado numa cabeça de ensaio (padrão brasileiro de peso e tamanho) e é submetido a uma série de impactos: dois pontos na área frontal, dois na área lateral e mais dois atrás. Antes de ir para o teste de impacto, o capacete é submetido a temperaturas extremas de calor – 50 graus – e de frio – 20 graus. Ou seja: coloca-se o capacete numa estufa a 50 graus. Em seguida ele é retirado e submetido aos dois impactos frontais. Essa operação é repetida com outro capacete do mesmo modelo e lote para mais dois impactos laterais e assim sucessivamente, para cada área de impacto saindo da estufa ou do freezer. Os testes são monitorados por computador e apresentam os resultados na tela para registro e certificação da conformidade (ou não).
Sistema de Retenção – O capacete é colocado na cabeça de ensaio e na cinta jugular é presa uma cinta que será puxada a uma determinada força. A cinta deve ceder até um determinado limite e retornar ao estado original, demonstrando que tem elasticidade suficiente para não arrebentar nem permitir que o capacete saia da cabeça em caso de uma queda.

Descalçamento – Colocado na cabeça de ensaio o capacete é puxado por uma cinta pela parte detrás e não pode se mover na cabeça além de um determinado ponto, demonstrando que seu tamanho e a da cinta jugular estão adequados.

Viseira – O capacete é colocado na cabeça de ensaio com a viseira voltada para cima, de onde cairá uma ponta na viseira, que não poderá ceder além de um determinado limite. Esta norma será aprimorada em breve e as viseiras deverão ter no mínimo 1,5 mm.

Os testes de viseira e de impacto são destrutivos. Por esta razão existe a recomendação de troca do capacete se houver uma queda ou algum impacto maior na viseira que cause perfuração. Após os testes de impacto, fica clara a deformação do forro de isopor especial que está sob o casco. “É ele que absorveu o impacto e não o crânio do motociclista”, demonstra Milani. “Só que uma segunda pancada na mesma região não será mais absorvida”, complementa.
Ao observar estes testes, vem a resposta ao questionamento anterior, sobre o mesmo selo de certificação igual para capacetes muito diferentes. “Os testes são rigorosamente os mesmos para qualquer capacete que é vendido no mercado brasileiro. Portanto, a diferença de preço é determinada por outros itens dos capacetes que não estão envolvidos diretamente na segurança do motociclista”, conclui Gianfranco Milani.

Num mercado como o brasileiro, onde não há dados oficiais absolutamente confiáveis sobre a venda de capacetes para motociclistas, as estimativas falam de aproximadamente 5 milhões de capacetes por ano, sendo 90% deles modelos que custam até R$100,00. Ou seja, o casco, o isopor interno, a cinta jugular e a viseira estão dentro das exigências da norma estabelecida, independente do modelo e preço. Todo o restante do capacete é “regulamentado” pelo padrão de conforto, durabilidade e estética que os consumidores brasileiros exigem.

É importante destacar também que a NBR 7471/01 estabelece padrões mínimos para que o capacete seja aprovado. Isto pode significar que um capacete barato provavelmente passa nos testes muito próximo do limite mínimo exigido, já que os fabricantes fazem seus próprios testes e sabem produzir um capacete para ser aprovado pelo Inmetro e pelo mercado. Para finalizar, Gianfranco Milani faz questão de esclarecer a confusão que consumidores fazem sobre garantia e validade de capacete. “A garantia é o prazo que o fabricante do capacete dá para qualquer defeito de fabricação ou de montagem do capacete e esse prazo normalmente é de um ano. A validade do produto é em de 3 a 5 anos de uso continuo, desde que não haja danos no casco, na forração interna de isopor, na cinta jugular e na viseira”.

Fonte: por motonline | 07.02.2012
 Texto: Sidney Levy - O jornalista viajou a convite da Taurus Capacetes.

# Nós também viajamos coma Taurus.



Forte abraço e boas estradas.

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